Se você costuma olhar os rótulos dos produtos que compra, provavelmente já deve ter visto no final da lista de ingredientes vários nomes meio complicados que você não conseguiu identificar, não é?
Esses
ingredientes são os aditivos alimentares,
substâncias geralmente sem valor nutritivo que são adicionadas aos alimentos
para modificar características sensoriais, como sabor, cheiro, cor e textura, e
também para conservação e estabilização. Eles estão comumente presentes nos
produtos industrializados. Alguns exemplos de aditivos são os espessantes, os corantes,
os aromatizantes, os conservadores, os antioxidantes e os edulcorantes.
Os
edulcorantes são substâncias,
diferentes dos carboidratos, usadas para adoçar os alimentos, por isso, também
chamados de adoçantes. São geralmente utilizados por pessoas que almejam
diminuir a ingestão calórica para controle do peso ou que necessitem controlar
o consumo de carboidratos, como por exemplo, os portadores de diabetes, e
também estão presentes em produtos diet e light, que tem isenção total ou
parcial de algum ingrediente, respectivamente, nesse caso o açúcar. Podemos
citar alguns desses produtos: refrigerantes, sucos industrializados, chocolates,
iogurtes, biscoitos, gomas de mascar, gelatinas, sorvetes.
Os
edulcorantes mais comuns são: aspartame, ciclamato de sódio, sacarina sódica, stevia,
frutose, acessulfame-K, sucralose, manitol, xilitol, sorbitol. O aspartame, a
frutose, o sorbitol e o xilitol fornecem 4 Kcal/g e o manitol, 2,4 Kcal/g. Os
demais não possuem calorias. Esses produtos possuem poder adoçante maior que o
da sacarose (“açúcar de mesa”), alguns deles com potencial bastante alto, como
a sucralose, com poder adoçante de 600 a 800 vezes maior que o açúcar.
Em
2008, a ANVISA, órgão que regulamenta o uso de aditivos alimentares no Brasil,
atualizou a lista de edulcorantes permitidos no país, que conta com 16 tipos de
adoçantes.
Como
vem aumentando o consumo de produtos industrializados, a ingestão dos aditivos
alimentares também cresceu, e o consumo excessivo e crônico dessas substâncias
pode ter consequências negativas. Em relação aos edulcorantes, surgiram
discussões em relação ao potencial carcinogênico do uso contínuo desses
ingredientes.
Para
proporcionar mais segurança no consumo desses produtos foram estabelecidos
limites para a ingestão de edulcorantes, a partir de vários estudos
toxicológicos. A Ingestão Diária Aceitável (IDA) é a quantidade máxima que se
deve consumir de determinado aditivo que não causará efeitos nocivos à saúde e
é expressa em mg/Kg de peso corpóreo. Por exemplo, o aspartame tem uma IDA de
40mg/Kg de peso corpóreo, o que significa que uma pessoa de 60 Kg poderá
consumir diariamente 2400mg, sem risco significativo.
O
ciclamato e a sacarina devem ser usados com moderação por pessoas hipertensas,
pois contém sódio em sua composição, o que pode contribuir para o aumento da
pressão.
Os
edulcorantes podem ter gostos residuais e a stevia é um que apresenta essa
característica bastante presente. Esse adoçante é um produto natural extraído
de uma planta e tem poder adoçante 300 vezes maior que o da sacarose (“açúcar de
mesa”). Muitas pessoas não se adaptam ao uso da stevia pelo seu sabor
residual amargo.
Os
adoçantes podem ser uma boa opção para aquelas pessoas que queiram reduzir o
peso ou precisem reduzir o consumo de açúcares. Mas, em outras situações, não
há necessidade de seu uso. O que deve sempre ser lembrado, é que em qualquer
situação é importante reduzir o consumo de produtos industrializados, que
geralmente possuem grandes quantidades de açúcar e outros ingredientes (gordura
e sódio) que em excesso podem trazer danos à saúde.
Referências:
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Anvisa autoriza novos edulcorantes em alimentos.
Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2008/190308.htm. Acesso em: 04 Abr.
2013.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Informe Técnico nº 17, de 19 de janeiro de 2006. Considerações sobre o Uso do
Edulcorante Aspartame em Alimentos Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/alimentos/informes/17_190106.htm. Acesso em: 04 Abr. 2013.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de
Atenção à Saúde. Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Guia alimentar para a população brasileira:
promovendo a alimentação saudável. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia. Edulcorantes e suas
características. Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/adocantes.pdf. Acesso
em: 04 Abr. 2013.
ZANINI, Roberta de Vargas. Prevalência de utilização de adoçantes dietéticos: um estudo de base populacional.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pelotas; Programa de
Pós-Graduação em Epidemiologia, 2010. Pelotas: UFPel, 2010. Disponível em: http://www.epidemio-ufpel.org.br/uploads/teses/dissert%20zanini.pdf. Acesso em: 04 Abr. 2013.
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